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O futuro na lista de espera

Mussunda Nzombo e Manuela Grotz
foto/ilustração:

Abordar o futuro envolve premonições, projecções e reflexões fundadas na história das civilizações humanas. Encontram-se nos ideais faraónicos do Egipto, na mitologia grega, nas intervenções proféticas e apocalípticas bíblicas. No Renascimento europeu, no Iluminismo do século XVIII, nas ideologias independentistas africanas e reconquistas de identidades pós-coloniais. Nas previsões geopolíticas e geoestratégicas, nas múltiplas distopias, utopias e sonhos que propõem desconstruir, construir ou reedificar o mundo.

Está presente também nas incursões artístico-culturais, como o "Discurso sobre o Estado da Nação 2075" de Mussunda Nzombo, e nas dinâmicas de formação de opiniões pulverizadoras sociais, de hipotéticas verdades e inverdades últimas para o futuro nas grandes medias da actualidade.

O presente e o futuro são impensáveis sem as tecnologias de informação. Em "O Futuro na Lista de Espera", o colectivo Weitinglist, constituído por Mussunda Nzombo e Manuela Grotz, trouxe pela primeira vez a Angola a arte digital regenerativa de inteligência artificial e a realidade aumentada interactiva, desafiando a ruptura e auto-reinvenção relativamente ao que Mussunda habitualmente faz, agregando performance, happening, vídeo e instalação.

A abordagem visual das obras, plasmada num mundo onírico onde os próprios autores são figuras centrais, constitui uma visão crítica estabelecida a partir da intertextualização entre conceitos simbólicos de elementos da natureza (água, ar, terra e fogo) na moda, política, ambiente, arquitectura e sociedade. Desta forma, leva-nos a reflectir e a debater sobre o impacto e as transformações que as actividades humanas podem causar no futuro.

Adaptação de Manifesto “Mussunda Nzombo e Manuela Grotz: 'na travessia das fronteiras do possível'”, de Kabudi Ely

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